Esse ano recebi, via internet, tantos textos e mensagens sobre a dádiva se ser mãe, que me veio uma vontade arrebatadora de escrever um texto pra postar em nosso blog, sobre a grandeza do que é ser mãe. Em um surto de criatividade e originalidade a primeira coisa que digitei foi o título “Ser mãe é...”.
Ocupando o cargo efetivo e vitalício de mãe há dez anos, e refletindo sobre a gama de tarefas e sentimentos que ser mãe me obriga a enfrentar e desempenhar todos os dias, cheguei a óbvia conclusão que não poderia definir o que é ser mãe em uma palavra.
É tão lindo quando a gente lê que ser mãe é amor, e a gente sabe que é mesmo, mas ser mãe vai além do amor romântico. Toda mãe que se preze tem que ser malvada pra caramba, ou será que é só eu que me sinto a pior das “madrastas”, quando tenho que levar meus filhos pra vacinar, quando sou obrigada tirá-los às seis da manhã em pleno inverno da cama quentinha pra ir à escola, quando os obrigo a pararem de brincar, ver TV, sair do computador pra fazer tarefa ou estudar para aquela deliciosa prova da matéria que eles odeiam, ou a pior de todas as perversidades em minha opinião, que é ter a desumana tarefa de em pleno surto de febre, quando você sabe que tudo o que eles querem é um colo quentinho, ter que dar banho frio, contrariando todos os seus instintos maternos de cuidado e proteção. A gente sabe que faz tudo isso por amor, mas também sabe que vai demorar quase uma vida pra que nossos filhos realmente acreditem nisso.
Já cheguei no quarto parágrafo do texto, e só consegui resumir um ínfima parte do que é ser mãe, e como gostaria que a maioria das pessoas que começassem a ler chegassem até o final tendo o desafio hercúleo de resumir a pluralidade do que é ser mãe em poucas palavras, então coragem... Alias, coragem é outro pré-requisito pra desempenhar o papel de mãe, criar um filho nos dias de hoje (e de ontem, e de amanhã) requer muita coragem e uma dose interminável de fé, até para as mais descrentes das criaturas, imagina só, com todo acesso a informação que temos hoje, deixar nosso bebe rosa e fofinho engatinhar pelo chão da casa cheio de bactérias e colocar literalmente tudo na boca, requer muita coragem para tirá-lo do nosso colo.
Matricular nosso pitchutchuco em uma escola, e deixá-lo quatro longas horas longe de nosso olhar, nas mãos de uma professora que nem conhecemos e na companhia de crianças que sabe-se lá do que são capazes um ato de necessária bravura. Ufa, da até um frio na espinha só de pensar, ai meu Deus, dai-me força, porque nem sei se terei coragem pra deixar minha princesinha e meu homenzinho saírem pra “balada” pela primeira, segunda, terceira vez... Só sei que com coragem ou morrendo de medo esse desafio também terei que enfrentar.
Matricular nosso pitchutchuco em uma escola, e deixá-lo quatro longas horas longe de nosso olhar, nas mãos de uma professora que nem conhecemos e na companhia de crianças que sabe-se lá do que são capazes um ato de necessária bravura. Ufa, da até um frio na espinha só de pensar, ai meu Deus, dai-me força, porque nem sei se terei coragem pra deixar minha princesinha e meu homenzinho saírem pra “balada” pela primeira, segunda, terceira vez... Só sei que com coragem ou morrendo de medo esse desafio também terei que enfrentar.
Ser mãe, é perceber-se pequena, por não conseguir traduzir para nossos filhos o amor que temos por eles, por não termos as respostas de todas as perguntas que eles nos fazem, por saber que lá no fundo, guardado no cantinho mais escondido, mora aquela vontade irresistível, de fazer algo que nenhuma mãe que se preze tem o desplante de dizer em voz alta, que é a de criar os filhos pra gente, e não para o mundo como alguém sábio disse que tem que ser.
Ser mãe é ter a capacidade de aprender com um bebe de poucos dias a respeitar o ritmo do outro, ainda que ele com suas cólicas não respeite o nosso, e com nosso bebe no colo, olhar para o lado, e ver uma cena, que aos olhos de quem não é mãe, é aparentemente triste, que é sua vizinha, aquela simpática velhinha que volta da verdureira sozinha, com duas sacolas que ela mal consegue carregar, e que você sabe que os quatro filhos que ela criou com tanta dificuldade, estão longe tocando suas vidas, e mesmo assim, ela mantém um olhar pleno de satisfação por vê-los criados e um sorriso intrigante de quem sabe que ser mãe não termina aqui... Alias, consegui terminar meu titulo, ser mãe é ser “pra sempre”.
Adriana T. dos Santos Romani
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